Dados do Trabalho

Título

A INFORMAÇAO E A DEMONSTRAÇAO DA APLICAÇAO DE UM DISPOSITIVO DE VELCRO SAO SUFICIENTES PARA SE ATINGIR AS PRESSOES DE INTERFACE QUE CONFEREM UMA BOA EFICACIA HEMODINAMICA DE UMA TERAPIA INELASTICA?

Introdução

A terapia compressiva é uma das principais modalidades de tratamento conservador das doenças venosas e linfáticas e a compressão inelástica apresenta os melhores resultados hemodinâmicos. Nesse contexto, os dispositivos com velcro estão se tornando populares e sendo usados como substituto dos materiais inelásticos, sobretudo por sua fácil aplicação pelo próprio paciente.

Objetivo

Comparar a pressão de interface no dispositivo com velcro entre a colocação do médico e a colocação do paciente, considerando as orientações e a demonstração da colocação do dispositivo pelo médico.

Metodologia

Quarenta e quatro idosos saudáveis de ambos os sexos (Idade: 66,2 ± 4,4 anos) receberam orientação médica sobre a aplicação do dispositivo com velcro. Na sequência, o médico realizou a colocação de três dispositivos diferentes para que o paciente experimentasse uma pressão de interface de aproximadamente 50mmHg (esfigmomanômetro, bandagem de curta elasticidade e dispositivo com velcro). A seguir o paciente realizou a colocação do dispositivo com velcro em três tentativa, recebendo o feedback do médico relativo à pressão alcançada em cada colocação. As pressões de interface nas posições supina (PIS) e ortostática (PIO), e o índice de rigidez estático (IRE) foram mensuradas por meio de um sistema pneumático (PicoPress®).

Resultados

As médias de PIS nas duas primeiras colocações do dispositivo com velcro realizadas pelos pacientes foram significativamente (p<0,05) menores que a pressão de interface alcançada na colocação do mesmo dispositivo pelo médico (Médico: PI= 51,8 ±1,47 mmHg; Paciente 1ª Tentativa: PI= 33,3 ± 8,91 mmHg; PAC 2ª Tentativa: PI= 45,7 ± 14,38 mmHg). De forma semelhante a PIO (Médico: PI= 73,8 ± 8,38 mmHg; Paciente 1ª Tentativa: PI= 39,9 ± 11,43 mmHg; Paciente 2ª Tentativa: PI= 57,2 ± 17,26 mmHg; Paciente 3ª Tentativa: PI= 61,9 ± 24,38 mmHg) e o IRE (Médico: PI= 22,5 ± 9,04 mmHg; Paciente 1ª Tentativa: PI= 6,6 ± 6,08 mmHg; PAC 2ª Tentativa: PI= 13,09 ± 8,35 mmHg; PAC 3ª Tentativa: PI= 13,5 ± 8,91 mmHg) foram significativamente menores em cada uma das três tentativas de aplicação do paciente em relação a aplicação do médico (p < 0,05).

Conclusão

Em nenhuma das tentativas de aplicação do paciente a PIS (1ª e 2ª tentativas), PIO e IRE alcançou os valores da aplicação do médico. As aplicações dos pacientes não atingiram as pressões que o dispositivo pode entregar, demonstrando a necessidade de um treinamento e não somente uma explicação e demonstração.

Referências

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